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Um Amor Feliz

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«...a maravilha que deve ser escrever um livro: a invenção dentro da memória; a memória dentro da invenção; e toda essa cavalgada de uma grande fuga, todo esse prodígio de umas poligâmicas núpcias, secretas e arrebatadas, com a feminina multidão das palavras (...)». David Mourão-Ferreira é um dos nomes de referência ao longo das mutações literárias do século XX, e exprime-se assim no seu romance, que continua a ser, ele também, um caso de «amor feliz» entre a escrita e o público como o provam as muitas reedições que nos trazem uma voz que se perpetua num continuado presente.

(Sinopse retirada do site do editor.)

300 pages, Paperback

First published January 1, 1986

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About the author

David Mourão-Ferreira

69books24followers
David Mourão-Ferreira (February 24, 1927 in Lisbon � June 16, 1996 in Lisbon) was a Portuguese writer and poet from Lisbon.

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13 (4%)
1 star
5 (1%)
Displaying 1 - 24 of 24 reviews
Profile Image for Jim Fonseca.
1,139 reviews8,114 followers
September 7, 2015
We're in Lisbon in the 1980's, about a decade after Portugal's peaceful "Carnation Revolution." The newfound freedom has apparently led to a great deal of what used to be called "hanky-panky" among the elite in the capital city. A focus of this activity is our main character's atelier (studio). He's a sculptor and what better occupation to attract the chicks? He tells us that the perfect affair is when both partners are married and the woman is 20 years younger than the man. And he should know! He spends very little time banging on marble and a lot of time...well, let's not go there. He reminisces, compares, contrasts and rates his lovers. His latest is a pediatrician's wife. The sculptor's wife is also a pediatrician and the lovers first began meeting at pediatric conferences. She's 30-ish and he's 50-ish so this should be perfect. But unlike the others, she's a bit hard to get and he becomes somewhat obsessed, spending an entire week trying to track her down when she goes on a family vacation. Lucky in Love is translated from the Portuguese and it features a lot of local color of Lisbon street life. (I think a direct translation of the Portuguese title would be "A Happy Love.") This is a good read and it holds your attention.
Profile Image for Filipa Silva.
Author12 books367 followers
October 11, 2024
3,5 ⭐️
Estava muito curiosa com este livro porque adoro a poesia do David Mourão-Ferreira. A escrita é indiscutivelmente boa e os capítulos finais salvam a história de cair num clichê, ou naquilo que, se fosse uma mulher a escrever seria considerado literatura light.
No entanto, desde o início até ao fim, irritou-me a forma como retratou as personagens femininas, todas imensamente fascinadas e atraídas por um artista cinquentão.
A mulher, que apenas partilha a casa com o protagonista e que sabe que ele tem amantes, mas não se rala nada e segue a sua vida. As ex amantes que eram todas lindas. As amigas, que nunca chegou a comer, mas que deixam subentendido que não se importariam. A nova amante que é tão jovem e incrível que ninguém lhe fica indiferente. E até a filha da empregada que quase suplica para que ele a possua, e se despe à sua frente, mas ele não quer, porque está apaixonado pela amante.
Enfim, um romance que reflecte uma certa crise de meia idade e uma ideia muito datada das mulheres.
Profile Image for Carmo.
715 reviews539 followers
July 13, 2016
"(...) a maravilha que deve ser escrever um livro: a invenção dentro da memória; a memória dentro da invenção; e toda essa cavalgada de uma grande fuga, todo esse prodígio de umas poligâmicas núpcias, secretas e arrebatadas, com a feminina multidão das palavras que se entregam, as que se esquivam; as que é preciso perseguir, seduzir, ludibriar; as que por fim se deixam capturar, palpar, despir, penetrar e sorver, assim proporcionando, antes de se evaporarem, as horas supremas de um amor feliz. Não há matéria mais carnalmente incorpórea, nem outra mais disposta a por amor ser fecundada."

E foi por esta maneira feliz de jogar com as palavras que lhe dei 4*. Pelas confissões intimas do adúltero/escultor/narrador seriam só três.
Um relato de uma vida de aventuras amorosas(?) eróticas(?) de um homem que, paralelamente, vai levando o seu casamento por águas mornas, sem choques ou conflitos, nem por parte dele nem da mulher.
Romances vividos na magia da clandestinidade e do proibitivo. Mulheres que não foram dignas de mais que umas letras para as identificar.
Xu, Zu, Y, Informação 1, Informação 2 e outros que tais. Parece piada.
Tanto alfabeto percorrido ao longo dos anos até chegar a Y; aquela que mais se aproximou do conceito de amor feliz.

Mas o romance também primou por outras personagens pitorescas.

Floripes, a mulher a dias: perfeita caricatura da empregada metediça, pouco mais que analfabeta a cujo radar nada escapa. Nada que não se resolva com uma nota gorda. O silêncio tem sempre um preço.

Niassa, o amigo copincha de aventuras; subdito do reino feminino que divide entre porreirinhas e peneirentas. Fiel - só à ginginha, à genébra e às noitadas com os amigos. Original
Para as mulheres tinha esta máxima:
"A gente tem sempre que lhes dar qualquer coisa: ou tusa ou dinheiro ou porrada."

Valeu sobretudo pela belíssima escrita de David Mourão Ferreira, pela forma deliciosa como critica a classe politica, os pseudo-intelectuais, as manias e a necessidade que algumas pessoas têm de exibir um certo estatuto - ainda que seja totalmente falso - e até pela maneira algo pejorativa com que fala das "suas" mulheres.
Profile Image for Bruno Coimbra.
3 reviews2 followers
March 19, 2021
ILHA
Deitada és uma ilha E raramente
surgem ilhas no mar tão alongadas
com tão prometedoras enseadas
um só bosque no meio florescente

promontórios a pique e de repente
na luz de duas gémeas madrugadas
o fulgor das colinas acordadas
o pasmo da planície adolescente

Deitada és uma ilha Que percorro
descobrindo-lhe as zonas mais sombrias
Mas nem sabes se grito por socorro

ou se te mostro só que me inebrias
Amiga amor amante amada eu morro
da vida que me dás todos os dias
Profile Image for Paulla Ferreira Pinto.
254 reviews37 followers
August 10, 2018
A evocação da Foz do Arelho, que conheci na época em que decorre a narrativa, enterneceu-me.
O domínio completo da escrita e o hábil manuseamento das palavras, de inegável belo efeito, não compensam a falta, a ausência, não sei bem do quê, que fui sentindo ao longo do livro- talvez de um tratamento mais equilibrado do feminino.
67 reviews
September 29, 2020
A escrita em prosa de DMF, moderna, fluida, inteligentemente sensível, que oferece o essencial da história, personagens e da sociedade que descreve, tal como um poema que vai ao âmago. Ao mesmo tempo que torna belo e profundo momentos de dúvida, esperança, risco e paixão pela complexidade da vida.
Profile Image for Rui Torres.
141 reviews36 followers
December 6, 2023
Em tom introdutório, convém referir que este é o único romance lançado pelo autor. Até aqui, tudo bem. Todavia, com esta sua estreia o autor arrecadou prémios , como: Prémio D. Dinis, Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores, entre outros. Até aqui, continua tudo bem.

O título do livro, por si só, abre as portas à interpretação individual de quem o lê. Este é um aspeto positivo. Não existe propriamente uma objetividade inequívoca do cume da narrativa.

O amor é o sentimento predominante nesta história. A forma de como o mesmo é levado, a sua credibilidade e o seu papel interativo na sociedade é algo que espreita a cada página.

A escrita, aqui, é como título, isto é, feliz. É virtuosa a condução da história. Nem sempre fácil, na sua compreensão, mas sempre bem-vinda na sua erudição.

Um livro que reflete uma certa tranquilidade na sua execução, uma segurança, que se alia a uma história que percorre, muitas das vezes, o que está para lá daquilo que pressupomos como ético e correto. Uma aventura literária.
Profile Image for Francisco.
4 reviews1 follower
April 21, 2025
Que encantadora recomendação do meu pai, ele que leu Um Amor Feliz nesta fase de vida em que agora precisamente me encontro.

Uma prosa poética, de narrador presente, instrospectiva, que por vezes recai mais para o pensamento, outras onde se arrebata na sensibilidade.

Um romance desprendido e suave, livre - com uma brisa mediterrânica, onde foi possível recuar no tempo durante o século XX, sobretudo no imaginário de Lisboa. Um livro de secretária à luz do candeeiro, mas também ele igualmente de comboio ou até de praia.

Quer o narrador quer a Y foram duas personagens arrebatadoras, ainda que alguns dos trechos mais assinaláveis também tenham vindo de outras personagens, como Niassa, da mãe do narrador, ou da empregada do narrador.

Foi o meu primeiro contacto com a obra de David Mourão Ferreira - e é assinalável a mestria que o autor deixa espaço nas frases, nos parágrafos, dando espaço e força às palavras que ficam. No fundo, como usa o silêncio.
143 reviews3 followers
April 6, 2022
Confesso o meu fascínio por este amor feliz. Que também me irritou, divertiu, intrigou. Acima de tudo, é um romance extraordinariamente bem escrito e bem urdido. Um amor feliz é contado por um escultor, com perto de 60 anos, a uma amiga. Nele conta a paixão por uma mulher mais nova, que chama de Y, casada e com uma filha. Como escreve, esta mulher, muito mais nova que ele, traz-lhe uma luminosa plenitude à vida, numa altura em que ele já não esperava.
E conta esta história de um amor feliz à amiga � com quem tem um pacto de auxílio mútuo � porque foi ela que lhe confiou a fórmula para a existência de um amor feliz:
“Uma pessoa casada �. Só com outra pessoa casada. (�) E que de preferência uma delas seja mais velha. De preferência o homem.�
Ele e a amiga encontram-se com frequência em reuniões de pediatras, dado que ambos são casados com pediatras, e falam sobre os seus amores felizes. Ele com Y, ela com um escritor, vinte e tantos anos mais velho do que ela. O escritor é obviamente uma referência ao Autor, que tanto irrita David, o escultor, apesar do muito que têm em comum. Li depois que David Mourão-Ferreira se inspirou em Francisco Simões e foi no atelier dele que recolheu informações para criar o espaço e o trabalho do escultor. No romance, com exceção de um fim de dia que passam juntos, mantêm distância um do outro, embora aparentem um jogo de espelhos, no qual ambos se refletem e se assemelham. Neste jogo de identidades, em que Fernão é o escritor e David o escultor, chegam a indicar um fado de Amália, como tendo sido escrito pelo primeiro, Fernão. O fado, com o título Libertação é de facto da autoria de David Mourão-Ferreira. Mas o que mais me divertiu é a forma como critica o escritor, por quem a sua amiga está apaixonada, e dessa forma se critica a ele próprio:
“E houve umas épocas, você desculpe, em que tive a sensação de que o seu amigo colaborava em demasiados jornais, fazia demasiadas conferências, participava em demasiados colóquios, em demasiadas mesas-redondas, e simultaneamente comparecia a demasiadas receções, demasiadamente dando a impressão de ser pau para toda a colher - não sei se como álibi ou como pretexto de o ser para toda a mulher. Seguiam-se uns períodos mais discretos, ou menos despudorados: lá voltávamos então a saudações nem sempre clandestinas. Depois do 25 de abril, com aquela sina de lhe terem cabido, como se diz, umas quantas responsabilidades políticas (quem as não teve?, quem as teve de maneira respeitável?), dificilmente lhe perdoei, com este meu temperamento de anarca, tê-lo visto para aí misturado, à ilharga de pavõezinhos mais recentes, com uma fraudulagem de falhados, de ambiciosos e de charlatães, que a gente já conhecia de ginjeira há quase trinta anos, que já desde essa altura não podia levar a sério, e que ele tinha mesmo obrigação de avaliar muito melhor do que eu.� (pg. 77)
Mas ao longo de Um Amor Feliz, a ironia e a graça convivem com a ternura e a capacidade de criar imagens extraordinárias:
�(�) ao modo como sempre os meus olhos mergulham nos seus olhos, como sempre os meus braços apertam os seus ombros, como sempre entre os ombros e de encontro ao meu peito lhe reservo, num primeiro sinal de boas-vindas, a primeira enseada de ternura.�
No meio destes amores, aparecem algumas imagens do nosso país nos anos 80, mas como algo distante (“Constou-me, também por essa altura, que mais uma vez o País se encontrava à beira da bancarrota.�)
Confesso que ao longo do livro fui-me interrogando sobre qual seria o amor feliz, aquele que vivia com Y, a jovem mulher por quem está apaixonado, ou com a mulher com quem está casado, que descreve cruelmente, mas por quem é evidente a ternura e a cumplicidade.
Profile Image for Joel.
92 reviews3 followers
July 3, 2023
Escreveu o próprio David Mourão-Ferreira sobre este seu único romance:
"Um Amor Feliz: um cântico de amor e de paixão erótica; uma sátira política a certa nova sociedade portuguesa; um romance do romance em que se veem acareados o narrador e o autor; um ajuste de contas comigo mesmo."


Publicado pela primeira vez em 1986, tornou-se um best-seller. Tenho para mim que o que levou este livro a ser tão bem sucedido comercialmente se prende com o seu estilo frontal e avant-garde, controverso no (ainda puritano) Portugal da década de 80.

Antes de ler o livro, e por forma a contextualizar o escritor, ouvi o episódio "David Mourão Ferreira: Filho e neto recordam o grande sedutor" no podcast Uma Questão de ADN, da TSF. Está disponível nos Apple Podcasts...

Confesso que apreciei muito mais os 45 minutos ao longo dos quais David filho e David neto retratam o pai e avô como um homem que escrevivia, um homem arrebatado pela figura feminina.
Entrei pelo livro com as expectativas demasiado elevadas, enviesado também pelo facto de conhecer alguma da sublime poesia de David Mourão-Ferreira ("Ladainha dos póstumos Natais" é um poema favorito).
Lê-se muito bem, como seria de esperar, mas é demasiado disperso (talvez experimentalista?) para o meu gosto.

Profile Image for Gonçalo Ferreira.
261 reviews10 followers
April 12, 2019
Um dia depois de ter terminado o romance, escrevia assim Mourão-Ferreira: “Um Amor Feliz: um cântico de amor e de paixão erótica; uma sátira política a certa nova sociedade portuguesa; um romance do romance em que se vêem acareados o narrador e o autor; um ajuste de contas comigo mesmo.�

"Ou, então, só pelo epidérmico temor daqueles duches de água gelada em que tão amiúde os seus sarcasmos se convertiam?"
(XXXIII)

"o que me sufocava era a lembrança dos seus gestos espontâneos mas executados como que au ralenti; e não só a garganta mas também os poros me ficavam de súbito obstruídos pela inesperada evocação dos demorados jogos dos seus dedos, dos sinuosos e absortos percursos da sua boca, da inúmeras marcas derramadas que toda a sua pele tinha deixado à superfície e no interior da minha. Pela primeira vez sentia eu o corpo a gemer em segredo, a uivar em silêncio, com exasperantes saudades de outro corpo."
(XXXIII)
Profile Image for Betina.
85 reviews
July 15, 2019
Após cerca de 30 anos voltei a ler este livro. Um amor feliz é o desejo de muitos, seguramente, sendo que um amor feliz pode ser entendido, sentido de diferentes formas. Mais do que opiniões sobre a história propriamente dita, o livro faz-me refletir. Será um amor feliz apenas uma ideia? Será que um amor feliz consegue permanecer para além do seu auge numa vida comum? Já tive tantas certezas. Já tive tantas dúvidas. Por agora penso que não há regras. Tudo é tão forte e tão frágil; o equilíbrio é mesmo mágico.
Profile Image for Alma.
733 reviews
August 2, 2023
"Mas a Y que tenho agora na minha frente é exactamente a mesma Y luminosa de todos os outros dias, hoje com os olhos menos verdes que azuis - o vestido afinal é azul -, espantadamente agradecida, como sempre acontece, ao deslumbramento como sempre a recebo, e enternecedoramente correspondendo, como sempre, ao modo como sempre os meus olhos mergulham nos seus olhos, como sempre os meus braços apertam os seus ombros, como sempre entre os ombros e de encontro ao meu peito lhe reservo, num primeiro sinal de boas-vindas, a primeira enseada de ternura."
Profile Image for Bernardo Branco.
38 reviews1 follower
April 23, 2024
"Beleza; simplicidade; sensibilidade; sensualidade; inteligência.
Haverá materiais mais preciosos para construir e cimentar uma ralação a dois?"

David Mourão-Ferreira
Profile Image for Vasco Ribeiro.
408 reviews5 followers
March 19, 2016
Livro sobre as proezas sexuais (que não são contadas explicitamente) de um cinquentão, que é um escultor (apesar do discurso direto, a certa altura percebemos chamar-se Fernão), casado com uma pediatra, de quem não tem filhos, e que vemos que mais do que mulher é quase sua mãe, pois a sua vivência conjugal não é física.
Este escultor que tem muitas mulheres no seu atelier, apaixona-se por uma mulher que se combina denominar-se por Y, e deixa de ter muitas. Mas é um romance estranho, entrecortado por outras personagens, que têm umas interligações de que nos vamos apercebendo. principalmente porque o no livro o narrador se dirige a uma jovem escritora (aparentemente se foi sua amante foi muito fugaz) mulher de um pediatra assistente da mulher do narrador, que por sua vez tem uma amante ("o seu a migo," como o narrador se lhe dirige) que é o próprio david mourão Ferreira.
A acção vai-se desenrolando, no meio do diletantismo do escultor, que se aproxima e afasta das outras personagens nomeadamene do dito escritor que, afinal, é o autor do livro. E no fim num diálogo entre os dois, isto é-nos mais ou menos explicado. No fim a Y, mulher trintona ou quarentinha, estrangeira, ou quase, mas muito atraente9) parece ter desaparecido e o romance acabado.
Profile Image for Fernando Delfim.
385 reviews12 followers
February 1, 2013
Adorei!

“O Niassa! [...] há quarenta e tal anos que exclusivamente se limita a viver entre o Parque Mayer e o Cais do Sodré. Mais pró norte, chiça, nem pensar, que ainda é terra de vizigodos. Mais pro sul, gaita, cuidadinho, que é território de sarracenos�

“[...] as mulheres [...] nasceram para nos sugar. A gente tem sempre de lhes dar qualquer coisa: ou tusa ou dinheiro ou porrada�

“a beleza é o começo do terrível�

�- o meu triciclo se avariou.
- o teu quê?
- Triciclo: coração, cabeça, sexo�
Profile Image for Clara.
78 reviews
January 14, 2009
"Um Amor Feliz" is an amazing novel about a forbidden passion. A middle-aged sculptor finds 'a happy love' (literal translation of the title) in one of his many adulterous relationships. Get ready for a super sexy description of an adult passionate relationship. spares no details. [not sure about the quality of the translation though...:]
Profile Image for jacob.
4 reviews3 followers
Want to read
May 11, 2007
might need to brush up on my french before tackling this one
Profile Image for Roberto Leão.
26 reviews
October 10, 2016
O meu romance português favorito. Erótico e artístico e tenso. Mais um desses casos em que um escritor só romance consegue ser perfeito.
Profile Image for Sofia Spormann.
4 reviews
December 3, 2023
Acima de tudo, é uma observação atenta e poética sobre as transformações provocadas no ser pelo ato de estar apaixonado.
Profile Image for Alice Fernandes.
8 reviews8 followers
March 4, 2018
O único romance escrito por David Mourão-Ferreira recebeu no ano da sua publicação o reconhecimento da crítica, tendo acumulado o Prémio de Narrativa do Pen Clube Português, o Prémio D. Dinis, o Prémio de Ficção Município de Lisboa e o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores.
Recomendo-o vivamente, pela beleza da escrita, a forma como é abordado o Amor, na sua relação com a Arte - escrita e escultura. Maravilhoso!
Na obra, o narrador, Fernão, um escultor de 55 anos, evoca a sua relação adúltera com uma jovem de 35 anos, Y, nome-grafismo encontrado por analogia com a postura da amante, nua com os braços estirados para trás. Do nome à descrição física, tudo nela converge, porém, pelo seu carácter inefável, para a assimilar a uma encarnação da beleza, sendo a relação um ponto de partida para o reequacionamento, numa etapa crucial da sua vida, de outras relações frustradas (a Xô, a mãe, a esposa), na busca de um eterno feminino agora subitamente encontrado, numa busca do belo, que encontrará na escrita um instrumento privilegiado para a realização de um outro amor feliz: "para mim, escrever é primeiramente fazer amor com as palavras" (p. 271).
Decorrendo entre dois Natais, a evolução da intriga, centra-se na consciência de que o amor e a mulher são o centro do mundo, o eixo da vida, situando a relação amorosa, ao mesmo tempo, na atemporalidade (Roma, a cidade eterna, é sempre o destino projetado para o amor) e numa rutura com a temporalidade, manifestada pelo espírito ironicamente crítico com que o narrador assiste a encontros mundanos, ou simbolizada pelo atelier , espaço de isolamento e de proteção contra um tempo que se desgasta na repetição.
Grande parte do discurso narrativo apresenta-se sob a forma de diálogo unilateral endereçado a uma jovem, casada com um pediatra amigo da sua esposa (também pediatra), autora de poemas que o perturbam pelo seu impudor, confidente desta relação, e vivendo ela também uma relação adúltera com David, um crítico literário, ensaísta e professor de literatura, mais velho vinte anos. Esta duplicação de personagens revela na construção e distribuição das personagens um jogo narcísico pelo qual cada personagem encontra noutra, em espelho, a sua própria imagem refratada, do mesmo modo que cada dupla de personagens se desdobra noutro par. Assim, a relação de Fernão com Y duplica a relação de David com a destinatária incógnita - que poderíamos, matematicamente, designar X -, duas relações que se desenvolvem em simultâneo, mas que encontram desfechos diferentes.
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