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461 pages, Paperback
First published December 1, 1953
Têm-se dito algumas vezes que a FÃsica, por exemplo, foi incapaz de manter sua filosofia do determinismo, particularmente no nÃvel subatômico. No estágio atual de nossos conhecimentos, certos eventos também parecem por isso imprevisÃveis. Mas disso não se segue que estes acontecimentos sejam livres ou arbitrários. Uma vez que o comportamento humano é enormemente complexo e o organismo humano é de dimensões limitadas, muitos atos podem incluir processos aos quais o princÃpio de indeterminação se aplique. Não se segue que o comportamento humano seja livre, mas apenas que pode estar além do alcance de uma ciência controladora ou preditiva. Muitos dos que estudam o comportamento, entretanto, concordariam prazerosamente em aceitar o grau de previsão e controle conseguido pelas ciências fÃsicas, a despeito desta limitação.
(...)
A suposição de que há no comportamento a ordem do dado cientÃfico se defronta algumas vezes com outra objeção. A ciência se ocupa do geral, mas o comportamento do indivÃduo é necessariamente único. Esta distinção não é peculiar ao estudo do comportamento. Pode ser sempre feita nos estágios iniciais de qualquer ciência, quando não é ainda claro o que se poderá deduzir de um princÃpio geral a respeito de um caso particular.
Um argumento semelhante é o composto ao uso da estatÃstica em uma ciência do comportamento. A previsão do que um indivÃduo médio fará é, frequentemente, de pouco ou nenhum valor ao se tratar com um indivÃduo particular. Os quadros estatÃsticos das companhias de seguro de vida não são de nenhum valor para um médico, ao prever a morte ou a sobrevivência de um paciente. Esta questão ainda permanece viva nas ciências fÃsicas, onde está associada aos conceitos de causalidade e probabilidade. É raro que a ciência da FÃsica se preocupe com o comportamento de moléculas individuais. Quando ocasionalmente é solicitada a fazê-lo, surgem todos os problemas do evento particular. Em geral, uma ciência é valiosa ao tratar com o indivÃduo só na medida em que suas leis se refiram aos indivÃduos. Uma ciência do comportamento que diga respeito ao comportamento de grupos não servirá, provavelmente, de ajuda na compreensão do caso particular. Mas uma ciência pode também tratar do comportamento do indivÃduo, e seu êxito nisto deve ser avaliado antes em termos de realizações do que em qualquer colocações apriorÃsticas.
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Ainda outra objeção ao uso do método cientÃfico no estudo do comportamento humano é que o comportamento é matéria anômala, porque uma previsão feita a seu respeito pode alterá-lo. Se dissermos a um amigo que ele vai comprar determinado tipo de carro, ele poderá reagir à previsão comprando um tipo diferente.