Depois de cruzar o Atlântico em um minúsculo barco a remo - travessia relatada em Cem dias entre céu e mar -, Amyr Klink lançou-se em seu próximo projeto: passar um ano inteiro na Antártica, dos quais seis meses imobilizado no gelo, em companhia apenas de pinguins e leões-marinhos. Para realizar esse sonho, partiu no final de 1989 no veleiro Paratii para uma viagem que iria durar 22 meses. Navegando solitário por mais de 50 000 quilômetros, alcançou não apenas o continente gelado do Sul, mas também as geleiras do polo Norte. E Trouxe na bagagem dois punhados de pedrinhas, um da Antártica e outro do Ártico: símbolos da misteriosa matéria de que são feitos os mais belos e ousados sonhos.
Amyr Klink (born September 25, 1955 in São Paulo, Brazil) is an explorer and sailor. His project "Antarctica 360" was circumnavigating the Antarctic continent on his own, in 79 days in 1998. Klink has written seven books about his voyages, including Between Two Poles about his trip from Antarctica to the Arctic Pole, starting in 1989 and taking 642 days. Klink helped in the construction of the polar vessel used in this trip, named Paratii after the town of Paraty in the state of Rio de Janeiro, Brazil. His chronicles 100 Days Between Sea and Sky reports on how he crossed the Atlantic Ocean in 100 days on his own by rowing a small boat with his arms in 1984 from Africa to the state of Bahia in Brazil. The food portions in this trip were compacted into packages of lyophilized food, especially designed for him by a food processing company in Brazil. In 2002, Klink has completed an experimental phase of one of his project "A Trip to China" - a trip around the world through a maritime path that had never been explored before: the Arctic Circle. The project's first phase was successfully accomplished between January 30 and April 6, 2002: Klink and crew left the Antarctic Circle, visiting Margarida Bay in the Bellingshausen Sea (in the extreme south of the Antarctic Peninsula). From there, the ship stopped in South Georgia before returning to Brazil. Amyr was born to a Lebanese father and a Swedish mother. He moved to Paraty when he was two. Klink is a member of the Royal Geographic Society. He married Marina Bandeira in 1996 and has three daughters.
Quando eu descobri quem era Amyr Klink eu tive certeza que queria ler alguma coisa que ele tivesse escrito. Então eu consegui uma edição de Paratii e comecei a ler meio que sem saber o que esperar, mas querendo absorver um pouco do que uma pessoa que passa por uma experiência dessas (partir em uma viagem de quase 2 anos, invernando na Antartida e no Ártico a bordo de um veleiro completamente sozinho) tem para passar. Uma bela combinação de história da navegação, geografia, aventura, sempre apresentada em uma bela prosa, como se o próprio Amyr estivesse sentado com você em uma mesa, conversando e tomando uma cerveja.
O texto é bonito e consegue arrancar emoções que eu não imaginava que sentiria lendo um livro. Quem imagina que vai ficar tocado por ler uma passagem onde um elefante marinho "ruge"? A linguagem do livro é relativamente simples. Não tive nenhuma dificuldade. Tinha a preocupação de que o livro poderia ser excessivamente técnico, mas tal preocupação não se concretizou.
Uma reclamação que tenho a fazer é que o livro diversas vezes faz citações em inglês e francês e não se preocupa em nada em colocar uma tradução ou algo assim. Não é algo que estraga completamente a leitura, mas achei desnecessário. Poderia vir uma tradução no rodapé da página, por exemplo. Ainda mais considerando uma que esse livro foi lançado no início dos anos 90, quando se era ainda mais difícil ter acesso a tradutores e afins.
Quem gosta desse tema de aventureiros, diversas histórias e o minimo que seja de navegação, creio que esse livro vai ser um prato cheio.
A leitura deste livro foi uma bela surpresa. O autor consegue mesclar as informações mais técnicas sobre navegação, geografia e história, com sua experiência pessoal e um texto bem elaborado e agradável. Os relatos, ainda que sucintos, das expedições e aventuras do passado na Antártica, e de outras navegações pelo Atlântico, assim como das relações do homem, em isolamento, com o meio ambiente, são muito gratificantes. É uma leitura leve, prazerosa e informativa. Recomendo. Além disso, é importante conhecer mais sobre a realidade do continente antártico. O livro pode despertar esse interesse, inclusive com referências bibliográficas. Também está presente o que eu já esperada encontrar: a inteligência e o perfeccionismo de um homem fora do comum, que preza pelo planejamento e pela eficiência, fundamentais para a sobrevivência em ambientes tão imprevisíveis.
4.5* ler os livros do amyr klink é como estar num sonho, queria saber explicar melhor esse sentimento, mas não consigo, só que parece que estou dentro do sonho de alguém gostei mais do primeiro livro (cem dias entre céu e mar), mas esse aqui também adorei! conta uma jornada bem diferente, 22 meses navegando entre um polo e outro do mundo e invernando sozinho, mas ainda com a mesma pegada leve e interessante, fazendo a gente pensar em várias coisas da vida :) que vida esse cara tem! tão rica e tão simples ao mesmo tempo.
Absolutamente delicioso. Relato de uma jornada de quase dois anos pelos dois extremos do globo antes de retornar ao Brasil, incluindo um inverno solitário congelado na Península Antártica, Amyr Klink traz o leitor a bordo de seu veleiro Paratii de uma maneira que poucos livros são capazes de fazer.
Este não é apenas mais um dos diversos livros de exploradores antárticos, dos quais, por sinal, sou um grande fã (Silvia corrigiria para "obsessivo-compulsivo"). Não se trata de uma narrativa estóica envolvendo esforço e capacidade sobre-humana em uma luta pela sobrevivência por ambiciosos exploradores no início do século XX. Amundsen, Shackleton, Scott, Mawson... Cada um deles realizou façanhas e passou por por privações tão gigantes quanto o seu marco na história (bem, exceto pelo norueguês Amundsen, que foi o primeiro homem a chegar ao Pólo Sul através de um planejamento impecável que não deu margem para grandes agruras. Sou incapaz de equiparar sua precisão de planejamento sequer em uma viagem de férias de 2 semanas). Não é esse tipo de glória exploratória que Klink buscou em sua viagem, e sim um experimento auto-investigativo que de fato exigiria algumas competências físicas mas, acima de tudo, competências mentais.
A leitura traz uma imersão na rotina de navegação e manutenção do veleiro, mas encaro isso apenas como um bônus. O mais fascinante é a fidedigna descrição da solidão do primitivo continente gelado, e de como o também solitário velejador se insere nela. Não que a Antártida careça de vida, como muitos chegam a pensar: lar de pinguins, focas, baleias, golfinhos, albatrozes e mandriões, sua fauna não só é rica como segue sua dinâmica própria à revelia dos (poucos) humanos que por lá aparecem. Como é o único continente do globo que nunca foi objeto de habitação permanente pelo homem, os animais não parecem ter desenvolvido o medo instintivo de nossa presença característico de outras espécies. De qualquer forma, apesar da companhia animal constante, a solidão vivida por Amyr Klink é das maiores que podemos imaginar hoje em dia, ainda mais levando-se em conta o atual estágio de hiper-conectividade de nossa rotina. Ele é o contraexemplo da famosa frase de Pascal, que certa vez declarou que "Todos os problemas da humanidade advêm da incapacidade do homem de se sentar calado em um quarto". A solidão, entretanto, é muito diferente do tédio - que, por sinal, não deve ser encarado como algo negativo e . O tédio não existe quando, segundo o próprio autor, cada dia do noturno inverno antártico é surpreendente e absolutamente diferente dos demais. Isso além de uma rotina exaustiva fisicamente, dado que o velejador era o único responsável por todas as tarefas "domésticas" como cozinhar e lavar e pela manutenção geral do barco - tudo isso em meio a temperaturas congelantes extremas.
Pessoalmente, este livro foi mais do que uma leitura agradável e interessante. Tive a sorte e o privilégio de passar cinco dias na Antártida em janeiro de 2012, inclusive na mesma região visitada por Amyr Klink nesta ocasião. As descrições contidas no livro foram saborosamente familiares, inclusive o comportamento dos pinguins nas colônias de Porto Lockroy e da Baía de Dorian; aparentemente pouca coisa mudou na fauna local durante este intervalo de pouco mais de vinte anos. Cada um destes cinco dias também foi diferente dos demais, e cada um deles também trouxe uma surpresa fora do roteiro: de um grupo de quatro baleias fazendo acrobacias a poucos metros do meu bote de borracha ao desmoronamento de uma geleira gigantesca que parecia sólida e segura segundos atrás. Aliás, também tive a sorte de dormir acampado na mesma Baía de Dorian escolhida pelo velejador para a sua invernagem e posso atestar as vantagens e a beleza do local, bem como a bagunça incessante feita pelos pinguins residentes. Não tendo o conforto de um barco ou mesmo de uma barraca, cavei um buraco no gelo e lá enfiei o meu saco de dormir. Foi uma noite inesquecível: o sono interrompido pelo cacarejar incessante dos pinguins e o frio congelante que adentrava o saco de dormir tornou-a a mais mal dormida de minha vida.
Mesmo para um leitor que não tenha ligação emocional com o continente, a reação a este livro não deverá ser menos positiva. Uma aventura que também traz o questionamento do que nos motiva em algumas das decisões importantes em nossas vidas, é uma leitura que merece passar pela mesa de cabeceira de qualquer um.
Seria natural pensar que uma viagem de 22 meses e 27 mil milhas, num veleiro, do Brasil à Antártida e daí ao Polo Norte, e finalmente de volta ao Brasil, poderia render um livro imenso, com talvez 600, 800 páginas. Histórias para isso, afinal de contas, não devem faltar: tormentas, encontros com animais austrais e boreais, as impressões frente à variedade de paisagens e de sentimentos, os pensamentos na solidão da longa invernagem antártica, os apuros e alegrias de todos os tipos. Com "Paratii: entre dois polos", no entanto, Amyr Klink mostra que é possível ser ao mesmo tempo sintético e profundo, comprimindo 642 dias em 221 páginas - e o fez de modo brilhante.
Foi uma delícia reler esse livro quase 12 anos após a primeira leitura, dessa vez no Hemisfério Norte. O Brasil é um país que com frequência escolhe as pessoas erradas para adorar, negligenciando grandes brasileiros como Amyr Klink. Torço que mais pessoas possam conhecê-lo e ler seus belíssimos relatos de viagem, talvez no embalo de Tamara, filha de Amyr, que (meio que a contragosto do pai, fiquei sabendo por esses dias) decidiu cair no mar e está traçando uma linda história também.
Descompromissado e anti-climático, perfeito se você estiver se recuperando de um ataque cardíaco e não puder sofrer qualquer tipo de emoção.
O livro não é um primor em nada, narrativa, roteiro, descrição, aventura, etc... Não serve para o leitor comum e definitivamente não pode ser tomado como um roteiro de viagem, já que Klink, aparentemente ciente de suas limitações como escritor, não se estende nisso.
As partes mais interessantes, porém, são justamente as fotocópias do diário de bordo, que trazem rabiscos e desenhos dos locais com uma exposição "mais visceral" do que todas as suas tentativas de poesia.
Ainda assim, faz jus a sua expectativa: reconta a trajetória de Klink entre os dois polos. E se você comprou esse livro por qualquer outro motivo, recomendo que passe a ler sinopse na contracapa.
Amyr Klink é aquele tipo de autor que faz com que o leitor embarque com ele em suas aventuras de maneira que uma vez que se começa a ler o livro, não se quer mais parar. Quando se der der conta, já passou da hora de ir dormir, mas você está tão envolto nas história que seu único desejo é continuar a leitura.
Além de aventureiro de feitos memoráveis, ele escreve muito bem, de forma a fazer com que você sinta como se fosse um navegador de primeira hora, mesmo ao ler termos náuticos sua quais você nunca ou raramente ouviu falar.
Um livro para viajar, não só pelos mares explorados por Amyr, como pela própria leitura.
Eu gosto de ler gente que tem a coragem (e o dinheiro!!!) pra viver de um jeito totalmente fora do usual. 'cem dias entre céu e mar' é um dos livros que mais me fez sentir paz nos últimos anos e, por isso, queria ler mais coisas do Amyr. esse é um pouco menos legal, mas ainda assim vale demais o tempo. enquanto não me sobra dinheiro pra investir num projeto de passar 22 meses num barco, vou vivendo um pouquinho pelos registros dele.
Este livro conta a história verídica de uma das viagens do brasileiro, Amyr Klink. Apesar de minhas leituras serem mais focadas a livros de desenvolvimento pessoal e finanças, ele foi capaz de me envolver e me cativar a cada detalhe narrado das belezas encontradas por Amyr durante sua estadia no Polo Sul. É uma leitura muito rica sem ser maçante, ótimo livro!
" ... Perchè un bel giorno bisogna smettere di sognare, tirar fuori i progetti dai cassetti e, in un modo o nell'altro cominciare. ..." Quale che sia il sogno che si ha viene il giorno in cui bisogna cercare di attuarlo si può fallire ma l'importante è provarci. Un racconto di viaggio appassionante e intenso.
Mais uma aventura embarcado com Amyr, em que o tempo passa rápido e simples durante 22 meses de passagem nós dois pólos. Amyr encoraja e surpreende, fazendo com que sinta vontade de encarar aventuras com a mesma felicidade e significado.
Um livro sobre uma viagem incrível, descrita de uma maneira leve e com acontecimentos que seriam difíceis até de imaginar acontecer. Recomendo para aqueles que gostam de se imaginar em grandes expedições, e ainda mais para aqueles que têm alguma conexão com o mar.
Excelente história do Amyr, recheado de fotos, cartas de amigos, pra quem já viu muitos vídeos ou palestras dele é interessante encontrar com um "jovem explorador", já que essa foi a primeira verdadeira experiência num veleiro desde a construção do barco do zero, a cada relato você entende quão genial ele é e também o tamanho da sorte que ele teve! Sou muito fã das conquistas desse brasileiro tão admirável e pretendo ainda ler outras obras dele.
Amir Klink é foda! Suas aventuras são igualmente sem par. Li esse livro enquanto fazia minha jornada pela argentina. Só para contextualizar, fui de brasil para a Argentina de bicicleta sozinho. Minha companhia eram os caminhoes que bizinavam, os animais que se dispersavam à minha chegada e o PARATII.
Esse livro conta a historia de sua viagem solitário primeiro para o polo sul, onde ficou por um ano inteiro. e depois para o polo norte, onde só pegou algumas predinhas e voltou.
Leitura simples, agradável e imaginativa. Amyr Klink consegue ser simples com as palavras diante de expor ao leitor a complexidade de se navegar entre os pólos. Com certeza está no meu TOP 5.
Mais uma grande livro do Amyr, que escreve muito bem e sabe como conquistar o leitor. A história desse livro faz a gente pensar e repensar em nossa vida e em como vivê-la de fato.
É realmente um livro bem legal. Não tem como não se encantar com tudo que Amyr viu e relatou. Fiquei muito curioso pra saber mais sobre o planejamento necessário em relação aos mantimentos e ao lixo produzido durante os períodos longos que ele permaneceu no barco. No entanto me incomodou pensar na figura desse "navegador brasileiro"; que pouco fala realmente da sua condição social e financeira. Parece que há uma descontextualização forçada entre a "viagem" e as condições reais e fundamentais que de fato permitiram que ela ocorresse.
E pra mim fica tudo ainda mais louco quando se pensa que a construção desse barco com toda essa tecnologia de ponta se deu no Brasil bem nos anos 80. É curioso que não consigo deixar de achar que hajam muitos outros casos como esse, de grandes feitos Brasileiros, que na verdade contem muito pouco ou quase nada do Brasil.