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Ouvira dizer que este romance apresentava um olhar satírico e imensamente cómico sobre o envelhecimento, ao qual não faltava sentimentalismo e beleza. Não encontrei nada do género. As piadas eram ora demasiado insulares, ora repetidas e prolongadas até à exaustão. E andavam à volta de essencialmente o mesmo: as particularidades do País de Gales; as pessoas não crescem ou mudam por aí além; a velhice não traz sabedoria; as pessoas de idade continuam a ter relações sexuais e a cometer adultério; nem todos os casais que se mantêm juntos durante anos incontáveis são felizes ou fiéis; uma vez um traste, para sempre um traste, independentemente da idade, entre outras (pequenas) variações destes temas. Tudo isto prolongado durante um romance que tem, pelo menos, cem páginas a mais do que devia.
Quanto ao enredo, este é do mais comum e corriqueiro que se possa imaginar. Um grupo de amigos, que vivem no País de Gales, todos estes de meia-idade, passam os seus dias a beber e a mexericar, até ao dia em um casal amigo que já não vêm há alguns anos muda-se para as imediações. A chegada destes implica um ligeiro aumento de consumo de álcool, mexerico e significativamente mais adultério. E é essencialmente isto. Quatrocentas e tal páginas de nada mais do que isso, com "private jokes" sobre o País de Gales pelo meio cuja graça me iludia por completo e que, segundo li, nem são entendidas pelos habitantes daquela zona.
Foi o primeiro livro de Amis-pai que li (já do filho gosto imenso, não obstante o seu trabalho ser um pouco inconsistente), mas não será o ultimo, até porque consta que este é um dos seus romances inferiores. O romance, apesar dos seus muitos defeitos, tinha os seus momentos engraçados a algumas observações acutilantes sobre o envelhecimento, mas de um modo geral é demasiado repetitivo e extenso. Tal como está é demasiado do mesmo.