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Emily L.
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Helena Bracieira's review
bookshelves: autores-estrangeiros, nas-estantes, 2017, stars-4
Apr 23, 2017
bookshelves: autores-estrangeiros, nas-estantes, 2017, stars-4
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Opinião publicada em:
Verão em Quillebeuf, localidade contÃgua ao rio Sena e quase perto da sua foz. Com vista para este cenário um pretenso casal, possivelmente de escritores, encontra-se num bar onde, na sua troca de divagações surgem acusações veladas - "Por vezes, quando falamos os dois, isso é tão difÃcil como morrer" - e uma procura de sentido sobre aquilo que os une, ou desune.
Ao engano vamos se julgamos que encontraremos a história da narradora e do seu incógnito companheiro com que a narrativa se inicia. Até ao fim há um desconhecimento das circunstâncias da sua ligação, dando azo a especular se não seria a voz de Marguerite Duras a acompanhar-nos. Será antes dado destaque ao amor de um casal de ingleses, Captain e a sua mulher poeta, Emily L. A sua vida será recriada pelo casal de observadores e nela se fala de infidelidade, abdicação e fuga. A fuga necessária para preservar um amor conservado em álcool e marcado pela diferença entre classes sociais e entendimentos.
Dividida em pequenas partes ao invés de capÃtulos, é uma leitura que flui sem entraves, porém paragens para reflexão exigem-se. A história adquire importância relativa pelas suas indefinições: um relato que não explora os pormenores em demasia, dando primazia aos sentimentos e emoções das personagens.
Surgem apontamentos sobre a criação literária que reflectem a visão da narradora e, quem sabe, a da própria autora: "Que alguém tenha dito isso naquele dia é o que fará com que este livro se escreva. O livro será sincero. Que o tenhamos dito nós, ou o tenhamos ouvido através da parede, dito por outro qualquer a uma outra qualquer, é indiferente para o livro, uma vez que o ouviu ao mesmo tempo que eu ouvi, num mesmo lugar. Num mesmo susto".
Uma falha que aponto é a ausência de tradução das frases em inglês. Quem desconheça a lÃngua terá certamente de recorrer a um dicionário variadas vezes.
Este livro é um exercÃcio que nos leva a questionar as problemáticas da capacidade criativa dos escritores e, tema intemporal, o papel do amor nas nossas vidas.
4,0/5*
Verão em Quillebeuf, localidade contÃgua ao rio Sena e quase perto da sua foz. Com vista para este cenário um pretenso casal, possivelmente de escritores, encontra-se num bar onde, na sua troca de divagações surgem acusações veladas - "Por vezes, quando falamos os dois, isso é tão difÃcil como morrer" - e uma procura de sentido sobre aquilo que os une, ou desune.
Ao engano vamos se julgamos que encontraremos a história da narradora e do seu incógnito companheiro com que a narrativa se inicia. Até ao fim há um desconhecimento das circunstâncias da sua ligação, dando azo a especular se não seria a voz de Marguerite Duras a acompanhar-nos. Será antes dado destaque ao amor de um casal de ingleses, Captain e a sua mulher poeta, Emily L. A sua vida será recriada pelo casal de observadores e nela se fala de infidelidade, abdicação e fuga. A fuga necessária para preservar um amor conservado em álcool e marcado pela diferença entre classes sociais e entendimentos.
Dividida em pequenas partes ao invés de capÃtulos, é uma leitura que flui sem entraves, porém paragens para reflexão exigem-se. A história adquire importância relativa pelas suas indefinições: um relato que não explora os pormenores em demasia, dando primazia aos sentimentos e emoções das personagens.
Surgem apontamentos sobre a criação literária que reflectem a visão da narradora e, quem sabe, a da própria autora: "Que alguém tenha dito isso naquele dia é o que fará com que este livro se escreva. O livro será sincero. Que o tenhamos dito nós, ou o tenhamos ouvido através da parede, dito por outro qualquer a uma outra qualquer, é indiferente para o livro, uma vez que o ouviu ao mesmo tempo que eu ouvi, num mesmo lugar. Num mesmo susto".
Uma falha que aponto é a ausência de tradução das frases em inglês. Quem desconheça a lÃngua terá certamente de recorrer a um dicionário variadas vezes.
Este livro é um exercÃcio que nos leva a questionar as problemáticas da capacidade criativa dos escritores e, tema intemporal, o papel do amor nas nossas vidas.
4,0/5*
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