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µþ´Ç²úó°ì (Portuguese Edition)
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Quando Dostoyevsky publicou Os Demónios, foi crucificado pelos crÃticos que o acusaram de haver criado um romance que lembrava um manicómio povoado de gente excêntrica e delirante que só articulava enxurradas de asneiras.
Nesse perÃodo, Dostoyevsky era chefe de redação do semanário Grajdanin e podia ter dado resposta a estas pérolas por meio de alguma publicação, mas tal não fez. Em vez disso, respondeu com a arma que melhor dominava e em que era, claramente, superior a quem o acusava: a ficção.
Assim nasceu Bobok. Bobok é um pequeno conto desenvolvido a partir dos moldes de quem lhe apontava o dedo e aos quais dá uma resposta a preceito.
Não se passa num manicómio mas num cemitério, e as personagens estão mortas e enterradas. Todavia, oscilam no fio da navalha, numa espécie de antecâmera da morte, um perÃodo em que ainda estão conscientes e se manifestam embora já não dominem o corpo.
E o que vão fazer? Vão entrar numa pandega desavergonhada, perfeita metáfora da conduta imoral de uma certa aristocracia decadente na Rússia da época, e onde se incluÃam muitos dos seus delatores.
Em meio a esta turba de devassos, Dostoyevsky realça o único comportamento que se destaca pela positiva: o homem simples; o homem pobre mas de firmes valores morais, que vivia num ambiente afetivo bem estruturado e que, nem aqui onde já ninguém o pode julgar, se deixa corromper.
Já o narrador desta história deliciosa podia muito bem ser o próprio autor.
Nesse perÃodo, Dostoyevsky era chefe de redação do semanário Grajdanin e podia ter dado resposta a estas pérolas por meio de alguma publicação, mas tal não fez. Em vez disso, respondeu com a arma que melhor dominava e em que era, claramente, superior a quem o acusava: a ficção.
Assim nasceu Bobok. Bobok é um pequeno conto desenvolvido a partir dos moldes de quem lhe apontava o dedo e aos quais dá uma resposta a preceito.
Não se passa num manicómio mas num cemitério, e as personagens estão mortas e enterradas. Todavia, oscilam no fio da navalha, numa espécie de antecâmera da morte, um perÃodo em que ainda estão conscientes e se manifestam embora já não dominem o corpo.
E o que vão fazer? Vão entrar numa pandega desavergonhada, perfeita metáfora da conduta imoral de uma certa aristocracia decadente na Rússia da época, e onde se incluÃam muitos dos seus delatores.
Em meio a esta turba de devassos, Dostoyevsky realça o único comportamento que se destaca pela positiva: o homem simples; o homem pobre mas de firmes valores morais, que vivia num ambiente afetivo bem estruturado e que, nem aqui onde já ninguém o pode julgar, se deixa corromper.
Já o narrador desta história deliciosa podia muito bem ser o próprio autor.
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November 15, 2018
– Shelved
November 15, 2018
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to-read
November 15, 2018
– Shelved as:
°ùú²õ²õ¾±²¹
April 17, 2020
– Shelved as:
ebook
January 30, 2021
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Started Reading
February 3, 2021
–
Finished Reading