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O Sangue dos Outros
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Simone de Beauvoir, filósofa, escritora, matemática, polÃtica, adere ao movimento existencialista tal como Jean Paul Sartre, seu grande amigo. Beauvoir escreve "O Sangue dos Outros" em 1944, em plena II guerra mundial.
Este livro retrata a vida de jovens parisienses durante a ocupação nazista. Como é caracterÃstica e marcante na obra de Beauvoir, encontramos um alto teor filosófico no estilo existencialista. Dilemas existenciais relacionados com liberdade, responsabilidade e consequentemente as implicações relacionadas com as escolhas individuais de cada personagem.
A história gira em torno de dois personagens principais: Jean e Heléne.
Ele oriundo de uma famÃlia burguesa e ela de uma simples costureira.
Jean procura uma razão para viver, está atento ao sofrimento dos operários e da pobreza ao seu redor, e o contraste com a opulência que existe na sua casa e do ambiente à sua volta, revolta-se, abandona a casa do pai e vai viver num cubÃculo, torna-se operário e inscreve-se no partido comunista por influencia de um amigo. Não é bem aceite pelo grupo devido a ser filho de um burguês, por outro lado, Jean não se revê neste grupo, devido à sua educação e formação, abandona o partido durante vários anos.
Heléne, jovem, mimada e habituada a verem satisfeitas todos os seus caprichos, uma rapariga ousada e aventureira, ama Jean e está determinada a conquista-lo. Apesar de todos os esforços Hélene não consegue compreender Jean, não aceita os seus ideais polÃticos, nem o motivo que o leva a voluntariar-se na guerra para “salvarâ€� os polacos. Para ela a única razão da existência é estar aqui e agora, nada mais interessa, cada um que cuide de si e faça o melhor para si, os outros não lhe interessa.
"Não podia talhar-me um destino justo num mundo injusto; desejava a justiça. Por que é que a queria? Pelos outros ou por mim? Disseste-me um dia com raiva “� sempre por si próprio que se luta�. Eu lutava contra o remorso e a culpa, a culpa de existir, a minha culpa. Como me tinha atrevido a arrastar para este combate um outro que não eu próprio?" (pp. 31 e 32).
Para Jean, a razão de viver não cai do Céu, são os homens que a criam, mas essa razão deve ser justa para todos os seres humanos, todos deverão ter a oportunidade de construir a razão da sua existência, compreender e lutar por ela. Existimos, então temos um espaço reservado a nós, e devemos ser livres para o usufruir em paz.
Para Heléne, a sua única razão de viver era conquistar o amor de Jean, nada mais lhe interessava até os alemães invadirem a frança.
O final surpreende, porque na literatura, tal como na vida, estamos sempre a ser surpreendidos no final.
Recomendo...
Este livro retrata a vida de jovens parisienses durante a ocupação nazista. Como é caracterÃstica e marcante na obra de Beauvoir, encontramos um alto teor filosófico no estilo existencialista. Dilemas existenciais relacionados com liberdade, responsabilidade e consequentemente as implicações relacionadas com as escolhas individuais de cada personagem.
A história gira em torno de dois personagens principais: Jean e Heléne.
Ele oriundo de uma famÃlia burguesa e ela de uma simples costureira.
Jean procura uma razão para viver, está atento ao sofrimento dos operários e da pobreza ao seu redor, e o contraste com a opulência que existe na sua casa e do ambiente à sua volta, revolta-se, abandona a casa do pai e vai viver num cubÃculo, torna-se operário e inscreve-se no partido comunista por influencia de um amigo. Não é bem aceite pelo grupo devido a ser filho de um burguês, por outro lado, Jean não se revê neste grupo, devido à sua educação e formação, abandona o partido durante vários anos.
Heléne, jovem, mimada e habituada a verem satisfeitas todos os seus caprichos, uma rapariga ousada e aventureira, ama Jean e está determinada a conquista-lo. Apesar de todos os esforços Hélene não consegue compreender Jean, não aceita os seus ideais polÃticos, nem o motivo que o leva a voluntariar-se na guerra para “salvarâ€� os polacos. Para ela a única razão da existência é estar aqui e agora, nada mais interessa, cada um que cuide de si e faça o melhor para si, os outros não lhe interessa.
"Não podia talhar-me um destino justo num mundo injusto; desejava a justiça. Por que é que a queria? Pelos outros ou por mim? Disseste-me um dia com raiva “� sempre por si próprio que se luta�. Eu lutava contra o remorso e a culpa, a culpa de existir, a minha culpa. Como me tinha atrevido a arrastar para este combate um outro que não eu próprio?" (pp. 31 e 32).
Para Jean, a razão de viver não cai do Céu, são os homens que a criam, mas essa razão deve ser justa para todos os seres humanos, todos deverão ter a oportunidade de construir a razão da sua existência, compreender e lutar por ela. Existimos, então temos um espaço reservado a nós, e devemos ser livres para o usufruir em paz.
Para Heléne, a sua única razão de viver era conquistar o amor de Jean, nada mais lhe interessava até os alemães invadirem a frança.
O final surpreende, porque na literatura, tal como na vida, estamos sempre a ser surpreendidos no final.
Recomendo...
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O Sangue dos Outros.
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Reading Progress
December 17, 2019
–
Started Reading
December 17, 2019
– Shelved
December 20, 2019
–
Finished Reading
December 25, 2020
– Shelved as:
franca