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3,5*

“Isto aconteceu realmente. Tal como tudo quanto tenho apontado neste caderno vermelho é uma história verdadeira."

A obra de Paul Auster está repleta de coincidências e acasos bizarros e neste “Caderno Vermelho��, datado de 1992, o autor anotou vários episódios caricatos, alguns dos quais raiam a inverosimilhança. Agora que já conheço melhor o estilo de Auster do que na altura da primeira leitura deste caderninho, consigo dar mais valor a estas histórias, sendo a mais relevante a que serviu de ponto de partida ao seu primeiro romance, “Cidade de Vidro��.

“O que me intriga sobre o meu próprio comportamento é que não deitei fora a carta, embora me arrepie cada vez que olho para ela. Um homem sensato tê-la-ia deitado no lixo. (...) Talvez eu a guarde ali como um monumento à minha própria loucura. Talvez seja um meio de me lembrar que não sei nada, que o mundo onde vivo continuará sempre a escapar-me."