Rita's Reviews > O Senhor Presidente
O Senhor Presidente
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Miguel Ángel Asturias � Prémio Nobel da Literatura, 1967
"pela sua realização literária vívida, profundamente enraizada nos traços nacionais e tradições dos povos indígenas da América Latina"
Uma das coisas boas destas viagens literárias é despachar um país, a Guatemala, junto com um prémio Nobel da Literatura.
Miguel Ángel Asturias (1899-1974) nasceu na Cidade da Guatemala, filho de pai mestiço e advogado, e mãe índia e professora. Foi um consagrado escritor, jornalista e diplomata, reconhecido no mundo da literatura e um dos precursores do «boom latino-americano», que surgiu entre os anos 60 e 70. Viveu exilado durante vários anos, devido à sua oposição pública à tirania. Em 1923 viajou para a Europa, com o objectivo de estudar em Inglaterra, mas acabou por ficar dez anos em Paris, cidade onde escreveu, entre outros, este livro.
O Senhor Presidente foi inspirado no governo do ditador Manuel José Estrada Cabrera, presidente da Guatemala no período de 1898 e 1920, e que afectou directamente a família do autor.
O romance tem como ponto de partida o assassinato de coronel José Parrales Sonriente, um militar próximo do Presidente. A partir daqui tudo serve para perseguir opositores do regime e antigos aliados.
Não pergunte a si mesmo, general, se é culpado ou inocente: pergunte apenas se conta ou não com a proteção do amo, pois um inocente que está mal com o governo, acha-se em piores condições do que se fosse culpado.
Não foi uma leitura fácil (com muitas metáforas e onomatopeias), chegou a ser asfixiante com tanta violência, abusos de autoridade, torturas e acusações, mas valeu a pena.
O peso dos mortos faz a terra girar de noite e o peso dos vivos, de dia... Quando os mortos forem em maior número do que os vivos, a noite será eterna, não terá fim; para o dia retornar faltará o peso dos vivos.
52/198 � Guatemala
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Miguel Ángel Asturias � Prémio Nobel da Literatura, 1967
"pela sua realização literária vívida, profundamente enraizada nos traços nacionais e tradições dos povos indígenas da América Latina"
Uma das coisas boas destas viagens literárias é despachar um país, a Guatemala, junto com um prémio Nobel da Literatura.
Miguel Ángel Asturias (1899-1974) nasceu na Cidade da Guatemala, filho de pai mestiço e advogado, e mãe índia e professora. Foi um consagrado escritor, jornalista e diplomata, reconhecido no mundo da literatura e um dos precursores do «boom latino-americano», que surgiu entre os anos 60 e 70. Viveu exilado durante vários anos, devido à sua oposição pública à tirania. Em 1923 viajou para a Europa, com o objectivo de estudar em Inglaterra, mas acabou por ficar dez anos em Paris, cidade onde escreveu, entre outros, este livro.
O Senhor Presidente foi inspirado no governo do ditador Manuel José Estrada Cabrera, presidente da Guatemala no período de 1898 e 1920, e que afectou directamente a família do autor.
O romance tem como ponto de partida o assassinato de coronel José Parrales Sonriente, um militar próximo do Presidente. A partir daqui tudo serve para perseguir opositores do regime e antigos aliados.
Não pergunte a si mesmo, general, se é culpado ou inocente: pergunte apenas se conta ou não com a proteção do amo, pois um inocente que está mal com o governo, acha-se em piores condições do que se fosse culpado.
Não foi uma leitura fácil (com muitas metáforas e onomatopeias), chegou a ser asfixiante com tanta violência, abusos de autoridade, torturas e acusações, mas valeu a pena.
O peso dos mortos faz a terra girar de noite e o peso dos vivos, de dia... Quando os mortos forem em maior número do que os vivos, a noite será eterna, não terá fim; para o dia retornar faltará o peso dos vivos.
52/198 � Guatemala

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O Senhor Presidente.
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December 28, 2021
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April 14, 2022
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April 14, 2022
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10.0%
"- E... bom, ia lhe perguntar por que está preso...
- Dizem que é por política...
O estudante estremeceu da cabeça aos pés e a custo articulou:
- Eu também...
(...)
-Estou preso...-abriu-se o sacristão
(...)
-...por um delito que cometi por engano. Imagine que ao retirar um anúncio da Virgem do Ó, tirei da porta da igreja em que era sacristão, o anúncio do aniversário da mãe do Senhor Presidente!"
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- Dizem que é por política...
O estudante estremeceu da cabeça aos pés e a custo articulou:
- Eu também...
(...)
-Estou preso...-abriu-se o sacristão
(...)
-...por um delito que cometi por engano. Imagine que ao retirar um anúncio da Virgem do Ó, tirei da porta da igreja em que era sacristão, o anúncio do aniversário da mãe do Senhor Presidente!"
May 12, 2022
–
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