Maluquinha dos livros's Reviews > O terceiro país
O terceiro país
by
by

4,5
Depois de ler o “Cai a noite em Caracas", as expectativas eram muitas. Mais uma vez, a autora escreve um livro duro sobre a morte e a vida. Uma vida que pesa muito para quem não tem nada.
Tal como no “Cai a noite em Caracas�, a escrita tão visual da autora tem a capacidade de nos transportar para dentro do livro, de nos fazer sentir a amargura em que vivem as personagens. Sabemos que a história se passa num país da América latina, mas poderia ser em qualquer país de onde as pessoas são obrigadas a fugir, deixando para trás as suas origens, os seus sonhos e a sua cultura. No livro, tudo acontece na fronteira de um país onde a vida não tem valor, numa terra hostil assolada por uma doença que rouba as memórias e obriga as pessoas a partir, enganando a morte. Mezquite é um local onde impera a lei dos querrilheiros e de uma família poderosa e o Terceiro País é um cemitério ilegal, numa terra de ninguém. No meio de tanta tragédia, de tanta violência, pobreza e crueldade, as personagens vivem sempre no limbo entre a vida e a morte. E é neste contexto que duas mulheres se destacam pela sua coragem e força. Visitación e Angústias não se dão por vencidas, apesar de tudo: dedicam-se a ajudar os que nada têm, nem sequer um lugar para enterrar os seus mortos, indo contra todo o poder local e arriscando tudo. Duas mulheres fortes, que já perderam tudo e que não desistem. Duas mulheres que são o rosto da resistência e da amizade, unidas pelo mesmo propósito, num contexto onde a violência, a pobreza e a morte são inevitáveis. A autora conseguiu imprimir às personagens Visitación e Angústias um realismo que nos faz sentir empatia. Não há lugar para perguntas, sejam as suas atitudes questionáveis ou não, sempre entre o bem e o mal. Numa escrita crua, sem qualquer tipo de julgamento, sentimos o sofrimento destas mulheres, o impacto das suas perdas e a coragem que nasce a quem já perdeu tudo, até o medo.
Numa fronteira entre vivos e mortos, entre a realidade e as lendas, entre o medo e a necessidade de sobreviver, acompanhamos, impotentes, as tragédias vividas por estas mulheres. Há lugar para refletir sobre a nossa “sorte� neste cenário de migrações, de corrupção, de violência e de morte, onde quase não há esperança nem empatia� apesar de tudo, o livro deixa-nos uma mensagem de resistência, de solidariedade e amizade.
Depois de ler o “Cai a noite em Caracas", as expectativas eram muitas. Mais uma vez, a autora escreve um livro duro sobre a morte e a vida. Uma vida que pesa muito para quem não tem nada.
Tal como no “Cai a noite em Caracas�, a escrita tão visual da autora tem a capacidade de nos transportar para dentro do livro, de nos fazer sentir a amargura em que vivem as personagens. Sabemos que a história se passa num país da América latina, mas poderia ser em qualquer país de onde as pessoas são obrigadas a fugir, deixando para trás as suas origens, os seus sonhos e a sua cultura. No livro, tudo acontece na fronteira de um país onde a vida não tem valor, numa terra hostil assolada por uma doença que rouba as memórias e obriga as pessoas a partir, enganando a morte. Mezquite é um local onde impera a lei dos querrilheiros e de uma família poderosa e o Terceiro País é um cemitério ilegal, numa terra de ninguém. No meio de tanta tragédia, de tanta violência, pobreza e crueldade, as personagens vivem sempre no limbo entre a vida e a morte. E é neste contexto que duas mulheres se destacam pela sua coragem e força. Visitación e Angústias não se dão por vencidas, apesar de tudo: dedicam-se a ajudar os que nada têm, nem sequer um lugar para enterrar os seus mortos, indo contra todo o poder local e arriscando tudo. Duas mulheres fortes, que já perderam tudo e que não desistem. Duas mulheres que são o rosto da resistência e da amizade, unidas pelo mesmo propósito, num contexto onde a violência, a pobreza e a morte são inevitáveis. A autora conseguiu imprimir às personagens Visitación e Angústias um realismo que nos faz sentir empatia. Não há lugar para perguntas, sejam as suas atitudes questionáveis ou não, sempre entre o bem e o mal. Numa escrita crua, sem qualquer tipo de julgamento, sentimos o sofrimento destas mulheres, o impacto das suas perdas e a coragem que nasce a quem já perdeu tudo, até o medo.
Numa fronteira entre vivos e mortos, entre a realidade e as lendas, entre o medo e a necessidade de sobreviver, acompanhamos, impotentes, as tragédias vividas por estas mulheres. Há lugar para refletir sobre a nossa “sorte� neste cenário de migrações, de corrupção, de violência e de morte, onde quase não há esperança nem empatia� apesar de tudo, o livro deixa-nos uma mensagem de resistência, de solidariedade e amizade.
Sign into ŷ to see if any of your friends have read
O terceiro país.
Sign In »
Reading Progress
August 14, 2023
– Shelved
August 14, 2023
– Shelved as:
to-read
August 14, 2023
– Shelved as:
na-estante
September 21, 2023
–
Started Reading
September 28, 2023
–
Finished Reading
Comments Showing 1-1 of 1 (1 new)
date
newest »

message 1:
by
Mª João
(new)
-
added it
Feb 15, 2024 03:34PM

reply
|
flag