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Mário e o mágico: Uma experiência trágica de viagem
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Publicado em 1930, quando o fascismo europeu estava em ascensão, Mário e o Mágico é o retrato da percepção de Mann ao visitar um balneário italiano onde pressentiu o clima de apreensão, de ódio e de nacionalismo exacerbado que havia começado a gestar no paÃs.
Embora acreditasse ser improvável que aquilo pudesse vingar em seu paÃs, apenas três anos mais tarde após a publicação da novela, a Alemanha se dobrou ao nacional-socialismo e se deixou encantar por aquele, tal qual o antagonista, é apenas um homem comum, sem atrativos, sem talento e inapto que acabou por levar uma Nação ressentida com a derrota na guerra, as condições do Tratado de Versalhes e com sede de vingança a "escandir Heil em unÃssono e levantar o braço direito, em admirável sincronia, para a saudação nazistaâ€�.
Narrando, pois, com toques autobiográficos a viagem de uma famÃlia à Itália e seu encontro com um espetáculo de um mágico ilusionista, desde o primeiro momento é exposto ao leitor a presença de um ambiente hostil, de preservação da moral conservadora e de punição à liberdade quando um ato inocente ocorre na praia italiana, apresentando, de forma concreta, aquilo ao qual Mussolini já havia iniciado em seu domÃnio.
Passando, pois, para o espetáculo principal que compõe a maior parte da narrativa, o mágico Cipolla é nada menos que um ser degradante que comanda uma hipnose coletiva colocando o público/massa sob seu domÃnio. Ao invés do ‘Heilâ€�, o ‘Ballaâ€� pronunciado ao som do chicote do mágico Cipolla traduz o que fizeram os maiores lÃderes fascistas, ao se apoderar "misteriosamente da alma de um povo com gloriosas tradições de cultura, conseguindo levá-lo sob hipnose a ações profundamente contrárias à sua Ãndole e tradiçãoâ€�, em um espetáculo grotesco que tem como fim uma ação perturbadora que poderia ser entendida como um prenúncio para os lÃderes fascistas da época; que embora tiveram violentas mortes, suas táticas de manipulações sobreviveram para assombrar à s democracias e estão prontas para fazer a todos dançar sob o ritmo do chicote dos novos mágicos, se não forem combatidas.
De tal modo que tive uma excelente leitura; o posfácio é brilhante e ponto essencial para compreensão da obra. No mais, Doutor Fausto conta o que Mann iniciou aqui: acerca do pacto de sangue que a Alemanha assinou com o diabo.
Embora acreditasse ser improvável que aquilo pudesse vingar em seu paÃs, apenas três anos mais tarde após a publicação da novela, a Alemanha se dobrou ao nacional-socialismo e se deixou encantar por aquele, tal qual o antagonista, é apenas um homem comum, sem atrativos, sem talento e inapto que acabou por levar uma Nação ressentida com a derrota na guerra, as condições do Tratado de Versalhes e com sede de vingança a "escandir Heil em unÃssono e levantar o braço direito, em admirável sincronia, para a saudação nazistaâ€�.
Narrando, pois, com toques autobiográficos a viagem de uma famÃlia à Itália e seu encontro com um espetáculo de um mágico ilusionista, desde o primeiro momento é exposto ao leitor a presença de um ambiente hostil, de preservação da moral conservadora e de punição à liberdade quando um ato inocente ocorre na praia italiana, apresentando, de forma concreta, aquilo ao qual Mussolini já havia iniciado em seu domÃnio.
Passando, pois, para o espetáculo principal que compõe a maior parte da narrativa, o mágico Cipolla é nada menos que um ser degradante que comanda uma hipnose coletiva colocando o público/massa sob seu domÃnio. Ao invés do ‘Heilâ€�, o ‘Ballaâ€� pronunciado ao som do chicote do mágico Cipolla traduz o que fizeram os maiores lÃderes fascistas, ao se apoderar "misteriosamente da alma de um povo com gloriosas tradições de cultura, conseguindo levá-lo sob hipnose a ações profundamente contrárias à sua Ãndole e tradiçãoâ€�, em um espetáculo grotesco que tem como fim uma ação perturbadora que poderia ser entendida como um prenúncio para os lÃderes fascistas da época; que embora tiveram violentas mortes, suas táticas de manipulações sobreviveram para assombrar à s democracias e estão prontas para fazer a todos dançar sob o ritmo do chicote dos novos mágicos, se não forem combatidas.
De tal modo que tive uma excelente leitura; o posfácio é brilhante e ponto essencial para compreensão da obra. No mais, Doutor Fausto conta o que Mann iniciou aqui: acerca do pacto de sangue que a Alemanha assinou com o diabo.
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Mário e o mágico.
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