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Robinson Crusoe em tudo se me assemelhou à leitura que fiz de Frankenstein. Não, não têm nada a ver um com o outro, nem tratam de temas parecidos, nem as histórias são de alguma forma coincidentes. Para mim o que os uniu foi o facto de ambos serem histórias de que me lembro desde menina. De Robinso Crusoe lembro-me dos desenhos animados, com figuras engraçadas, do Sexta-Feira sempre a correr de um lado para o outro na ilha, de Robinson a escrever o seu diário e ambos a conviverem com os habitantes da ilha.

Robinson não provou ser tão interessante quanto eu o recordava, para além de me lembrar constantemente do filme com o Tom Hanks, O Náufrago, teve alturas tremendamente fastidiosas. Robinson tem a vida predestinada quando o pai lhe diz que, se alguma vez for marinheiro e fizer a sua vida no mar, sofrerá uma vida de misérias e infortúnios. Que presságio tão certeiro! Houve muitas descrições, por vezes demasiado longas na minha opinião, e por vezes nem acrescentavam nada. Adorei quando Robinson naufraga na ilha e começa a arranjar formas de sobreviver, a maneira como cria instrumentos para viver e tornar a sua vida de algum modo mais confortável.

No entanto, fiquei tremendamente desiludida porque, apesar de muito interessante, isto prolonga-se até mais de metade do livro, e só quando Robinson percebe que a sua ilha não é propriamente inabitada é que os acontecimentos se começam a suceder e a tornar a história mais interessante. E o pobre Sexta-feira só aparece nesta altura! Mais de 20 anos de isolamento antes de poder falar com alguém que não fosse o seu papagaio!

É um óptimo livro de aventuras, se bem que poderia ser mais mexido, ainda assim acho que vale a pena, especialmente para quem se recorda da história de Robinson Crusoe de criança, é sempre uma boa comparação e um relembrar dos velhos tempos. :)