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Se eu já gostava de Zola como escritor, agora, ainda o admiro mais enquanto pessoa.

Este livro é uma pequena preciosidade de que já há algum tempo andava à procura. Desde que comecei a ler “Em Busca do Tempo Perdido�� de Proust, que tomei consciência do caso Dreyfus e as suas repercussões por toda a França, tanto no que concerne à sua política, como à sua justiça, e à sua imprensa.

Com uma introdução muito boa e explícita dos contornos que o caso tomou, enquanto Dreyfus era acusado e sentenciado, o clímax é, sem dúvida, a carta que dá o nome ao livro,“J’accuse…��.

“Há muitas maneiras de servir a França. Podemos servi-la pela espada e pela pena. O Sr. general de Pellieux tem, sem dúvida, alcançado estrondosas vitórias. Eu ganhei as minhas. Pelas minhas obras, a língua francesa tem sido levada ao mundo inteiro. Tenho as minhas vitórias. Lego à posteridade o nome do general de Pellieux e o de Émile Zola: ela escolherá!�� p.92

“Tudo parece estar contra mim, as duas câmaras, o poder civil, o poder militar, os jornais de grande tiragem, a opinião pública que eles envenenaram. E só tenho por mim a ideia, um ideal de verdade e de justiça. E estou muito tranquilo, vencerei. Não quis que o meu país ficasse na mentira e na injustiça. Podem bater-me aqui. Um dia, a França agradecer-me-á por a ter ajudado a salvar a sua honra.�� p.98

Um livro que todos deveriam ler, adorei.