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O Mito de Sísifo
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Celeste Corrêa 's review
bookshelves: albert-camus
Sep 02, 2021
bookshelves: albert-camus
Read 2 times. Last read May 25, 2020 to August 29, 2021.
«Os deuses tinham condenado Sísifo a empurrar sem descanso um rochedo até ao cume de uma montanha, de onde a pedra caía de novo, em consequência do peso. Tinham pensado, com alguma razão, que não há castigo mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança.»
E Camus termina o seu ensaio com a frase «É preciso imaginar Sísifo feliz.»
Penso que a felicidade não existe, mas existem momentos felizes; talvez sejamos Sífilos felizes quando nos permitem os nossos momentos de ócio sem cobranças ou condenações.
Se a vida não tem sentido, para que levá-la a sério? Viver é um hábito, um tempo escasso que não devemos desperdiçar sem o ter esgotado.
«Em a Morte Feliz», Camus escreve «Não temos tempo de sermos nós próprios. Temos apenas tempo para sermos felizes.»
São felizes ou resignadas as personagens de Camus? O absurdo em Camus varia entre o pessimismo e o optimismo?
A obra de Camus sobreviveu, influenciou escritores e toda uma geração do pós-guerra.
Li algures que em 1970, uma jovem professora, Gabrielle Rusier, confessou na sua correspondência, pouco antes de se suicidar:
«Cheguei ao ponto em que anseio que amanhã tudo se termine como em O Estrangeiro.»
E Camus termina o seu ensaio com a frase «É preciso imaginar Sísifo feliz.»
Penso que a felicidade não existe, mas existem momentos felizes; talvez sejamos Sífilos felizes quando nos permitem os nossos momentos de ócio sem cobranças ou condenações.
Se a vida não tem sentido, para que levá-la a sério? Viver é um hábito, um tempo escasso que não devemos desperdiçar sem o ter esgotado.
«Em a Morte Feliz», Camus escreve «Não temos tempo de sermos nós próprios. Temos apenas tempo para sermos felizes.»
São felizes ou resignadas as personagens de Camus? O absurdo em Camus varia entre o pessimismo e o optimismo?
A obra de Camus sobreviveu, influenciou escritores e toda uma geração do pós-guerra.
Li algures que em 1970, uma jovem professora, Gabrielle Rusier, confessou na sua correspondência, pouco antes de se suicidar:
«Cheguei ao ponto em que anseio que amanhã tudo se termine como em O Estrangeiro.»
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O Mito de Sísifo.
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May 25, 2020
–
Started Reading
May 25, 2020
–
6.62%
"«Ó minha alma, não aspires à vida imortal, mas
esgota o campo do possível.»
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page
9
esgota o campo do possível.»
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May 26, 2020
–
15.44%
"«(..) num universo subitamente despojado de ilusões e de luzes, o homem sente-se um estrangeiro. Tal exílio é sem recurso, visto que privado das recordações de uma pátria perdida ou da esperança de uma terra prometida. Esse divórcio entre o homem e a sua vida, entre o ator e o seu cenário, é que é verdadeiramente o sentimento do absurdo.»
[O ABSURDO E O SUICÍDIO, pag. 17]
A minha ideia é ler um capítulo por dia."
page
21
[O ABSURDO E O SUICÍDIO, pag. 17]
A minha ideia é ler um capítulo por dia."
May 27, 2020
–
15.44%
"«Tal como as grandes obras, os sentimentos profundos significam sempre mais do que aquilo que têm a consciência de dizer. (..) O que é verdade em relação a sentimentos já especializados, mais ainda o será no tocante a emoções, na sua base tão indeterminadas - ao mesmo tempo tão confusas e tão "certas", tão longínquas e tão "presentes"' - como as que nos proporciona o belo ou que suscita o absurdo.»
[PAREDES ABSURDAS]"
page
21
[PAREDES ABSURDAS]"
February 16, 2021
–
49.26%
"«De momento, só quero falar de um mundo onde os pensamentos são privados de futuro, tal como as vidas. Tudo o que faz o homem trabalhar e agitar-se utiliza a esperança. O único pensamento que não é enganador é, portanto, um pensamento estéril. No mundo absurdo, o valor de uma noção ou de uma vida mede-se pela sua infecundidade.»"
page
67
February 16, 2021
–
50.0%
"«[Don Juan] Lembra aqueles artistas que conhecem os seus limites, nunca os excedem, e, nesse intervalo precário onde o seu espírito se instala, tem o maravilhoso á-vontade dos mestres. E é bem isso o génio: a inteligência que conhece as suas fronteiras.»
Obs: obold é meu."
page
68
Obs: obold é meu."
February 16, 2021
–
54.41%
"«Todos os especialistas da paixão no-lo dizem, não há amor eterno, a não ser contrariado. Não existe paixão sem luta. Tal amor só encontra fim na derradeira contradição, que é a morte. É preciso ser Werther ou nada. Ainda aí, há várias maneiras de alguém se suicidar, uma das quais é o dom total e o esquecimento de si próprio.»
página 70"
page
74
página 70"
April 16, 2021
–
72.06%
"«Todos os heróis de Dostoiévski se interrogam sobre o sentido da vida. É nisso que são modernos: não receiam o ridículo. O que distingue a sensibilidade moderna da sensibilidade clássica é que esta se alimenta de problemas morais e aquela de problemas metafísicos.»"
page
98
August 29, 2021
–
Finished Reading
September 2, 2021
– Shelved
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message 1:
by
áܻ徱
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-
added it
Sep 02, 2021 11:43AM

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É levantar cedo, ir para o trabalho, voltar para casa sempre desejando o fim de semana. Vivemos para o futuro e esquecemos o presente. E, um dia, acordamos, velhinhos e reformados com saudades do passado que não soubemos aproveitar ou dar um sentido.
É o absurdo da condição humana.

And you're right, Camus absurdity leans towards pessimism, because it acknowledges the futility of life. And this can lead to a sense of despair and hopelessness. But on the other hand, there is that optimistic view, in which by accepting the lack of inherent meaning, we can achieve a sense of liberation. I still wonder, though - can true happiness be achieved by
accepting the absurd, or is it just a fleeting illusion
that masks the inherent despair of existence? I ask you, because through your valuable insights of your vision on life, you have always found that missing element, in the fair appreciation of things.
You never failed in these appréciations, in seeing things as they are, despite
deceptive appearances.

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Maybe Camus celebrates life through the brief moments of happiness it offers. We are simply getting through the everyday, managing work responsibilities while longing for the weekends.
The challenge is to find meaning or small joys in the monotony of daily life. Camus might say we don’t have to wait for the weekend—or even for tomorrow—to truly live. Instead, we can find purpose and happiness even in ordinary days, no matter how absurd it feels.
In a way, Camus teaches us something valuable, urging us to think about life and treasure these fleeting moments as lessons on living.


On the window of a train..
Each station we pass by,
It is a moment to deny
The urge to turn, to look,
To wonder why.

It is " that " train.
The one that carries dreams,
Through life's uncertain streams.

« L'homme est à la taille de son rêve »
"Man is the size of his dream"