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«O que apresentava de singular era sobretudo a extraordinária finura da sua pessoa: o seu amigo deão pretendia, talvez não sem razão, que devia ter ficado esquecido, durante vários séculos, entre as folhas de um in-fólio, ao lado de uma rosa e de uma violeta, porque se apresentava sempre muito garrido e perfumado. (...) 'Se ele não fosse o sábio doutor Heraclius, dizia às vezes o Sr. Reitor da Faculdade de Balançon, teria certamente dado um excelente corta-papéis'.»
- O Doutor Heraclius Gloss

Como já tinha lido “O Horla�� há pouco tempo, sabia que o terror não é o meu registo preferido nos contos de Guy de Maupassant, mas sou incapaz de resistir a estas edições da Editorial Estampa, com as suas belas e finas folhas azuis. Nesta colectânea, fiquei a saber que existe uma primeira versão do famoso “Horla��, mas continua a ser uma história que não me impressiona, já que tendo muito mais para contos como “O Doutor Heraclius Gloss��, “O Albergue��, “A Mãe dos Monstros�� e sobretudo o delicado “Minuete�� e o surpreendente “A Morta��.

«Certos encontros, certas coisas que se entrevêm, que se adivinham, certos desgostos secretos, certas perfídias do destino, que revolvem em nós todo um mundo doloroso de pensamentos, que nos entreabrem bruscamente a misteriosa porta os sofrimentos moais, complexos, incuráveis, tanto mais pungentes quanto parecem quase indefiníveis, tanto mais tenazes quanto parecem fictícios, deixam-nos na alma como que um rasto de tristeza, um sabor a angústia, uma sensação de desencanto de que levamos longo tempo a desembaraçar-nos.
- O Minuete