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O Infinito num Junco
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Գáپ.
“De certa forma, todos os leitores têm dentro de si íntimas bibliotecas clandestinas de palavras que deixaram neles a sua marca.�
“Sentir um certo incómodo faz parte da experiência de ler um livro; há muito mais pedagogia na inquietação do que no alívio.�
“Quando umas páginas nos comovem, a primeira pessoa a quem falaremos sobre elas será um ente querido. Ao oferecer um romance ou um livro de poemas a alguém com quem nos preocupamos, sabemos que a sua opinião sobre o texto se refletirá sobre nós. Se um amigo, uma amada ou um amante coloca um livro nas nossas mãos, rastreamos os seus gostos e as suas ideias no texto, sentimo-nos intrigados ou visados pelas linhas sublinhadas, iniciamos uma conversa pessoal com as palavras escritas, abrimo-nos com maior intensidade ao seu mistério. Procuramos no seu oceano de letras uma mensagem numa garrafa para nós.
(�)
Apesar do incentivo do marketing, dos blogues e das críticas, devemos quase sempre as coisas mais belas que lemos a um ente querido � ou a um livreiro convertido em amigo. Os livros continuam a unir-nos e a criar laços de forma misteriosa.�
�(�) os clássicos são livros que, quanto mais acreditamos conhecê-los por ouvir falar, mais novos, inesperados, inéditos são quando os lemos a sério. Nunca acabam por dizer o que têm de dizer. Naturalmente, isto acontece quando emocionam e iluminam quem os lê. Não foram os leitores coagidos aqueles que protegeram esses textos como talismãs nas longas épocas de perigo, mas sim os apaixonados.
(�)
Nós, leitores de hoje, podemos sentir-nos sozinhos, no meio da pressa, ao cultivarmos os nossos rituais lentos. Mas temos por trás uma longa genealogia e não devíamos esquecer que, entre todos, sem nos conhecermos, protagonizámos um fantástico salvamento.�
“«Quem é leitor tem um passado dentro dos livros. Para o bem ou para o mal. Porque lemos coisas que hoje nos causariam perplexidade, até tédio. Mas também lemos páginas que ainda nos provocam entusiasmo ou certezas. Um livro é sempre uma mensagem.»�
“Somos os únicos animais que fabulam, que afugentam a escuridão com histórias, que aprendem a conviver com o caos graças aos relatos, que atiçam as brasas das fogueiras com o ar das suas palavras, que percorrem longas distâncias para levarem as suas histórias aos estranhos. E, quando partilhamos os mesmos relatos, deixamos de ser estranhos.�
“Embora as livrarias pareçam espaços serenos e afastados do mundo trepidante, nas suas prateleiras palpitam as lutas de cada século.�
“Os livros ajudam-nos a sobreviver nas grandes catástrofes históricas e nas pequenas tragédias da nossa vida.�
“De certa forma, todos os leitores têm dentro de si íntimas bibliotecas clandestinas de palavras que deixaram neles a sua marca.�
“Sentir um certo incómodo faz parte da experiência de ler um livro; há muito mais pedagogia na inquietação do que no alívio.�
“Quando umas páginas nos comovem, a primeira pessoa a quem falaremos sobre elas será um ente querido. Ao oferecer um romance ou um livro de poemas a alguém com quem nos preocupamos, sabemos que a sua opinião sobre o texto se refletirá sobre nós. Se um amigo, uma amada ou um amante coloca um livro nas nossas mãos, rastreamos os seus gostos e as suas ideias no texto, sentimo-nos intrigados ou visados pelas linhas sublinhadas, iniciamos uma conversa pessoal com as palavras escritas, abrimo-nos com maior intensidade ao seu mistério. Procuramos no seu oceano de letras uma mensagem numa garrafa para nós.
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Apesar do incentivo do marketing, dos blogues e das críticas, devemos quase sempre as coisas mais belas que lemos a um ente querido � ou a um livreiro convertido em amigo. Os livros continuam a unir-nos e a criar laços de forma misteriosa.�
�(�) os clássicos são livros que, quanto mais acreditamos conhecê-los por ouvir falar, mais novos, inesperados, inéditos são quando os lemos a sério. Nunca acabam por dizer o que têm de dizer. Naturalmente, isto acontece quando emocionam e iluminam quem os lê. Não foram os leitores coagidos aqueles que protegeram esses textos como talismãs nas longas épocas de perigo, mas sim os apaixonados.
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Nós, leitores de hoje, podemos sentir-nos sozinhos, no meio da pressa, ao cultivarmos os nossos rituais lentos. Mas temos por trás uma longa genealogia e não devíamos esquecer que, entre todos, sem nos conhecermos, protagonizámos um fantástico salvamento.�
“«Quem é leitor tem um passado dentro dos livros. Para o bem ou para o mal. Porque lemos coisas que hoje nos causariam perplexidade, até tédio. Mas também lemos páginas que ainda nos provocam entusiasmo ou certezas. Um livro é sempre uma mensagem.»�
“Somos os únicos animais que fabulam, que afugentam a escuridão com histórias, que aprendem a conviver com o caos graças aos relatos, que atiçam as brasas das fogueiras com o ar das suas palavras, que percorrem longas distâncias para levarem as suas histórias aos estranhos. E, quando partilhamos os mesmos relatos, deixamos de ser estranhos.�
“Embora as livrarias pareçam espaços serenos e afastados do mundo trepidante, nas suas prateleiras palpitam as lutas de cada século.�
“Os livros ajudam-nos a sobreviver nas grandes catástrofes históricas e nas pequenas tragédias da nossa vida.�
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O Infinito num Junco.
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Reading Progress
November 13, 2020
– Shelved
April 25, 2021
–
Started Reading
April 25, 2021
–
3.96%
""O livro superou a prova do tempo, demonstrou ser um corredor de longas distâncias. Sempre que acordámos do sonho das nossas revoluções ou do pesadelo das nossas catástrofes humanas, o livro continuava ali. Como diz Umberto Eco, pertence à mesma categoria do que a colher, o martelo, a roda ou a tesoura. Depois de inventados, não se pode fazer nada melhor.""
page
18
April 26, 2021
–
11.67%
"A Biblioteca tinha um lugar essencial naquela pequena cidade de sábios. Poucas vezes na História se fez um esforço parecido, consciente e deliberado, para reunir num único lugar as mentes mais brilhantes da época. E nunca antes os melhores pensadores tiveram acesso a tantos livros, à memória do saber anterior, aos sussurros do passado com os quais aprender o ofício de pensar."
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53
April 27, 2021
–
23.79%
"Aqueles artistas caminhantes, os andrajosos enviados das musas, sábios boémios que explicavam o mundo em canções, metade enciclopedistas e metade bobos da corte, são os antepassados dos escritores. A sua poesia veio antes da prosa, e a sua música antes da leitura silenciosa.
Um Nobel para a oralidade. Que antigo pode chegar a ser o futuro."
page
108
Um Nobel para a oralidade. Que antigo pode chegar a ser o futuro."
May 2, 2021
–
27.53%
"Borges, (...) escreveu: «Dos diversos instrumentos do homem, o mais surpreendente é, sem dúvida, o livro. Os restantes são extensões do seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da sua visão; o telefone é a extensão da voz; depois temos o arado e a espada, extensões do braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação."
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125
May 2, 2021
–
35.68%
"Passamos a vida a fazer listas, a lê-las, a decorá-las, a rasgá-las, deitando-as no caixote do lixo, a riscar objetivos cumpridos, a detestá-las e a amá-las. As melhores são as que dão importância ao que enumeram e tentam dar-lhe sentido. (...) Apesar de agora, em pleno bombardeamento de fim de ano, nos cansarem tanto que temos vontade de pô-las na lista negra."
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162
May 6, 2021
–
36.56%
"As mulheres que escreviam enfrentavam a ameaça da troça, esse espelho deformante. Talvez por isso amassem o segredo, sugerir sem chegar a dizer, a adivinha, a interrogação. Como escreve Carlos García Gual, « expressar-se através de enigmas era, no âmbito grego, algo próprio das mulheres, também tecedeiras com palavras»."
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166
May 8, 2021
–
55.29%
"«Viajei para fugir e para tentar ver-me a partir de outro miradouro. Quando conseguimos ver-nos de fora, contemplamos a existência com mais humildade e perspicácia do que quando, como um tonto aplaudido por outros tontos, imaginávamos o nosso eu como o melhor eu, a nossa cidade como a melhor cidade e isso a que chamávamos vida como a única vida concebível.»"
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251
May 12, 2021
–
70.04%
"Os livros têm voz e falam salvando épocas e vidas. As livrarias são esses territórios mágicos onde, no ato de inspiração, ouvimos os ecos suaves e faiscantes da memória desconhecida."
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318
May 13, 2021
–
72.47%
"Quem leu alguma vez às escondidas, a desafiar a proibição dos adultos - na calada da noite, (...), por baixo da camuflagem da manta, com a lanterna acesa, apagando-a sempre que soavam uns passos que se aproximavam -, é descendente direto daqueles primeiros leitores. Nunca devíamos esquecer que o livro de páginas triunfou, em grande parte, porque favorecia as leituras clandestinas, negadas, não consentidas."
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329
May 14, 2021
–
80.18%
"Se um livro é uma viagem, o título será a bússola e o astrolábio de quem se aventura pelos seus caminhos.
(...) quando se dá a epifania do nome exato, sente-se algo parecido com a felicidade, porque o título de um livro não é uma sucessão de palavras hábeis, mas sim «um estame soldado ao coração de uma história da qual já não poderá voltar a separar-se.»"
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364
(...) quando se dá a epifania do nome exato, sente-se algo parecido com a felicidade, porque o título de um livro não é uma sucessão de palavras hábeis, mas sim «um estame soldado ao coração de uma história da qual já não poderá voltar a separar-se.»"
May 14, 2021
–
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message 1:
by
David
(new)
-
rated it 5 stars
Aug 17, 2021 11:12AM

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