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Eugenio Oneguin
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Teresa's review
bookshelves: n-russia, e5, favoritos, g-poesia, f-mag
Feb 12, 2014
bookshelves: n-russia, e5, favoritos, g-poesia, f-mag
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Alexander S. Pushkin nasceu em Moscovo, em 1799 e foi o primeiro escritor russo a alcançar fama mundial. A sua obra abriu caminho a outros autores como Gógol, Tolstói, Dostoiévski, Tchékhov. Esteve envolvido em lutas políticas, tornando-se um símbolo para a juventude da sua época. Com as suas ideias progressistas, criou grandes inimigos e devido a intrigas, respeitantes à sua mulher, acaba tendo o mesmo destino de uma das personagens de Eugenio Oneguin: é morto em duelo aos 37 anos.
Eugenio Oneguin é um romance de amor escrito em verso. É composto por 389 estrofes, cada uma com 14 versos de 118 sílabas. Uma Perfeição!
Como não existe tradução em português, li-o em castelhano, numa edição bilingue. Tal era o fascínio e admiração que sentia ao lê-lo, que dei por mim, muitas vezes, a olhar para a página da esquerda, na tentativa de perceber o russo.
É considerada a obra de mais difícil tradução: "É possível transmitir com palavras a música de Mozart ou de Tchaikovsky? É possível capturar com as mãos um raio de sol?"
As personagens principais e enredo são simples.
Eugenio Oneguin, um jovem culto e rico, desencantado com a vida; tudo o aborrece e só deseja o que não tem.
Tatiana - "¡Dulce Tatiana!" - é uma jovem simples e solitária que se apaixona por Eugenio e é por ele rejeitada.
Vladímir Lensky, o poeta e amigo de Eugenio, que por amor se perde.
Olga, a irmã de Tatiana, alegre e inocente, e inconscientemente culpada da perdição de Lensky.
O narrador. Pushkin?
Com este enredo e estas personagens parece mesmo um xarope, não é verdade? Não é verdade!
É um poema sublime, mas de fácil entendimento.
É um retrato da vida russa da época, mas muito actual, pelo desencanto e falta de objectivos que podemos encontrar no homem de hoje; pela tomada de consciência, na maturidade, da não realização dos sonhos da juventude. Afinal a natureza humana é universal e - seja qual a época ou lugar do mundo em que vivamos - somos todos feitos de sonhos, ilusões, ambições, que se concretizam em amor, luta, perda, dor,...
A literatura e a paixão pelos livros está sempre presente. As referências a outros autores são permanentes e a personalidade das personagens foi moldada pelas suas leituras. Há uma parte que considerei espantosa: Tatiana descobre o verdadeiro carácter de Eugenio pelas marcas que ele fez nas margens dos livros que leu. Serão os livros assim tão denunciadores do nosso verdadeiro Eu?
Chegada aqui e sem quase nada ter dito desta obra - sem adjectivo que a qualifique condignamente - só me resta dizer que esta leitura foi das mais ricas que já fiz e que, embora muito me fizesse chorar, sinto-me feliz por poder guardar mais uma preciosidade na minha mente e no meu coração.
Eugenio Oneguin foi inspiração para outras obras, sendo a mais famosa a ópera de Tchaikovsky (...para não morrer antes de ver...).
"Se obedece al amor
en todas las edades; para
los corazones juveniles
sus ímpetus son favorables
cual aguaceros que inundan
en primavera los sembrados:
bajo la lluvia de pasiones
ellos maduran, y la vida
produce flores abundantes
y dulces frutos. Pero es triste
el retomar de las pasiones
en el ocaso de la vida.
Así las lluvias otoñales
transforman prados en pantanos
y hacen deshojar los bosques."
Eugenio Oneguin é um romance de amor escrito em verso. É composto por 389 estrofes, cada uma com 14 versos de 118 sílabas. Uma Perfeição!
Como não existe tradução em português, li-o em castelhano, numa edição bilingue. Tal era o fascínio e admiração que sentia ao lê-lo, que dei por mim, muitas vezes, a olhar para a página da esquerda, na tentativa de perceber o russo.
É considerada a obra de mais difícil tradução: "É possível transmitir com palavras a música de Mozart ou de Tchaikovsky? É possível capturar com as mãos um raio de sol?"
As personagens principais e enredo são simples.
Eugenio Oneguin, um jovem culto e rico, desencantado com a vida; tudo o aborrece e só deseja o que não tem.
Tatiana - "¡Dulce Tatiana!" - é uma jovem simples e solitária que se apaixona por Eugenio e é por ele rejeitada.
Vladímir Lensky, o poeta e amigo de Eugenio, que por amor se perde.
Olga, a irmã de Tatiana, alegre e inocente, e inconscientemente culpada da perdição de Lensky.
O narrador. Pushkin?
Com este enredo e estas personagens parece mesmo um xarope, não é verdade? Não é verdade!
É um poema sublime, mas de fácil entendimento.
É um retrato da vida russa da época, mas muito actual, pelo desencanto e falta de objectivos que podemos encontrar no homem de hoje; pela tomada de consciência, na maturidade, da não realização dos sonhos da juventude. Afinal a natureza humana é universal e - seja qual a época ou lugar do mundo em que vivamos - somos todos feitos de sonhos, ilusões, ambições, que se concretizam em amor, luta, perda, dor,...
A literatura e a paixão pelos livros está sempre presente. As referências a outros autores são permanentes e a personalidade das personagens foi moldada pelas suas leituras. Há uma parte que considerei espantosa: Tatiana descobre o verdadeiro carácter de Eugenio pelas marcas que ele fez nas margens dos livros que leu. Serão os livros assim tão denunciadores do nosso verdadeiro Eu?
Chegada aqui e sem quase nada ter dito desta obra - sem adjectivo que a qualifique condignamente - só me resta dizer que esta leitura foi das mais ricas que já fiz e que, embora muito me fizesse chorar, sinto-me feliz por poder guardar mais uma preciosidade na minha mente e no meu coração.
Eugenio Oneguin foi inspiração para outras obras, sendo a mais famosa a ópera de Tchaikovsky (...para não morrer antes de ver...).
"Se obedece al amor
en todas las edades; para
los corazones juveniles
sus ímpetus son favorables
cual aguaceros que inundan
en primavera los sembrados:
bajo la lluvia de pasiones
ellos maduran, y la vida
produce flores abundantes
y dulces frutos. Pero es triste
el retomar de las pasiones
en el ocaso de la vida.
Así las lluvias otoñales
transforman prados en pantanos
y hacen deshojar los bosques."
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“Cantó el amor, y el canto suyo
era tan límpido y puro
como el pensar de una doncella,
como los sueños de un niño,
como la luna en los cielos,
nocturna diosa indolente
de los misterios y suspiros.
Cantó el dolor y el olvido,
cantó las rosas y las brumas,
cantó lejanas tierras donde
sus lágrimas se derramaban
en la soledad; cantó asimismo
marchitas flores de la vida
teniendo apenas dieciocho.”
― Eugene Onegin
era tan límpido y puro
como el pensar de una doncella,
como los sueños de un niño,
como la luna en los cielos,
nocturna diosa indolente
de los misterios y suspiros.
Cantó el dolor y el olvido,
cantó las rosas y las brumas,
cantó lejanas tierras donde
sus lágrimas se derramaban
en la soledad; cantó asimismo
marchitas flores de la vida
teniendo apenas dieciocho.”
― Eugene Onegin
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February 12, 2014
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to-read
February 12, 2014
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August 25, 2014
–
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August 25, 2014
– Shelved as:
n-russia
August 26, 2014
–
40.07%
""¡Dulce Tatiana! Yo comparto
tus lágrimas; has entregado
a un tirano tu destino.
Te hará perder, mas, mientras tanto,
por la esperanza deslumbrada,
la dicha buscas, te solazas
bebiendo el mágico veneno
de los deseos misteriosos;
te acosan siempre los ensueños;
se te descubre un nuevo mundo
y dondequiera se te antojan
rincones para gratas citas;
delante de tus ojos siempre
está la imagen tentadora.""
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222
tus lágrimas; has entregado
a un tirano tu destino.
Te hará perder, mas, mientras tanto,
por la esperanza deslumbrada,
la dicha buscas, te solazas
bebiendo el mágico veneno
de los deseos misteriosos;
te acosan siempre los ensueños;
se te descubre un nuevo mundo
y dondequiera se te antojan
rincones para gratas citas;
delante de tus ojos siempre
está la imagen tentadora.""
August 26, 2014
–
50.36%
"¿Quién nunca nos engañará?
¿Quién siempre muéstrase de acuerdo
con lo que hacemos y decimos?
¿Quién siempre es fiel y obediente?
¿Quién nunca nos calumniará?
¿Quién no censura nuestros vicios?
¿Quién nos halaga y nos mima?
¿Quién nunca nos fastidiará?
No gastes, pues, tus energías
en busca vana de un fantasma.
Mi bueno lector, ama a ti mismo!
No hay ninguno otro, amigos,
que más merezca nuestro amor.""
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279
¿Quién siempre muéstrase de acuerdo
con lo que hacemos y decimos?
¿Quién siempre es fiel y obediente?
¿Quién nunca nos calumniará?
¿Quién no censura nuestros vicios?
¿Quién nos halaga y nos mima?
¿Quién nunca nos fastidiará?
No gastes, pues, tus energías
en busca vana de un fantasma.
Mi bueno lector, ama a ti mismo!
No hay ninguno otro, amigos,
que más merezca nuestro amor.""
August 28, 2014
–
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September 3, 2014
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November 15, 2016
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(Other Paperback Edition)
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November 24, 2016
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April 4, 2018
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f-mag
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Esforcei-me muito para conseguir transmitir a experiência maravilhosa que é a leitura deste Tesouro. Mas acredita que não consegui. É um Deslumbramento! É dos livros mais lindos que já li e, como se costuma dizer, daqueles para levar para a "ilha deserta"...

Só que parece que está esgotada :( E sendo uma edição brasileira, será difícil encontrar por cá usada.